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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

domingo, janeiro 26, 2003
Femme Fatale (Idem)

Personagens que entram em contato ou se relacionam através de aparelhos (espelhos, câmeras, gravadores, cartazes, fotos, filmes...), os duplos que se multiplicam e se confundem, o desejo passando pelo o outro, fantasmas que procuram a toda hora alcançarem a libertação, os mortos que reaparecem, os vivos que parecem mortos, isto tudo é uma parte do grande cinema de De Palma. A mudança de ares em Paris nos trouxe um De Palma que desde Missão Marte parece estar mudando alguns sentimentos, o que mais explicaria o genial final com toques de esperança? E o melhor, um final metalinguistico ao cubo (ou mais?) que bota sonho, realidades paralelas, imagens fabricadas, "deja vús" e tudo o mais num mesmo local, num mesmo momento. Os duplos que morrem, os duplos que sobrevivem, o passado e o futuro no sol que reflete nos simbolos desses dois momentos (a maleta e a jóia) e o encontro "em sonhos". Destaque para o ótimo uso de uma variação de Bolero, uma música como as de Herrmann que são em ciclos intermináveis. Lembrando outros filmes de sua carreira (Blow Out no caso) os créditos resumem o filme todo se prestarmos atenção à todos os detalhes da cena. Fora isso os pequenos detalhes do yin yang da turbina do avião, a escolha de Leste-Oeste para a premiére, as quedas de Rebecca durante o filme (quase mortes salvadoras) e tantas outras que passaram pelos meus olhos e não "vi" na primeira vez, revisões necessárias! Enfim, De Palma (ainda bem) não está fazendo apenas filmes à la De Palma, não virou um pastiche de si mesmo, ele ainda tem muito o que dizer.


posted by RENATO DOHO 5:59 PM
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