RD - B Side
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sábado, setembro 27, 2003
Bad Boys II (Idem)

Michael Bay pode ser considerado a pior praga de Hollywood nesses últimos tempos. Por que? Bom, porque ele estabeleceu um padrão ruim para o filme de ação atual (muitos cortes, muitos closes, muita câmera tremida, pouca noção de decupagem e uma técnica vazia, mas "estilosa"). Fez um padrão porque seus filmes fazem sucesso, se fossem fracassos isso não criaria na mente de outros da indústria que é assim que um filme de ação tem que ser conduzido (ou fabricado). O problema então não é exatamente dele, mas do público que recepciona bem suas atrocidades.

O primeiro Bad Boys era o único de sua carreira que eu ao menos gostava. Muito se devia a química entre Will Smith e Martin Lawrence (ambos ainda querendo ser estrelas) e as boas presenças de Téa Leoni e Theresa Randle. No II a dupla já é famosa, Martin Lawrence se mostrou uma estrela arrogante e problemática, não consegue mais passar a imagem do bonachão gente boa do primeiro. Will Smith parece mais interessado em outras coisas do que em atuar no filme. Randle nem tem muita chance de fazer nada no filme. E no lugar de Leoni colocaram Gabrielle Union que é quase nula.

Tentaram repetir Máquina Mortífera na coisa do policial mais velho e casado com parceiro mais novo ao colocar a sub trama do namoro com a irmã de Lawrence e as constantes brigas da dupla (o que era bem mais trabalhado no primeiro filme).

O filme é longo demais para um blockbuster comum, a meia hora final transforma o filme policial com humor (a base do que seria Bad Boys) num filme de guerra. As piadas são sem graça (ao menos para mim, já que algumas pessoas da platéia riram) e os dois atores parecem estar fora de sintonia. Só não sei se por causa das falas e dos atores ou do timing errado do Bay ao fazer as cenas, por exemplo quando Lawrence toma ecstasy, teoricamente seria momento de grande humor, mas nada funciona nessa situação. A ação não empolga como poderia (em certos momentos empolga, mas a técnica de Bay estraga tudo) e é extremamente inconsequente (uma rodovia vira um inferno, cadáveres são atropelados, uma mansão em Cuba é totalmente destruída). Se há algo que se possa destacar positivamente é a forma de certas explosões com pessoas (onde parece mesmo que há gente atirada no ar).

E chega a ser hilário (intencional? duvido) um plano marca registrada de Bay: quando Lawrence recebe o telefonema da irmã sequestrada. A forma como a câmera se move e a música que aumenta é cópia do que Bay fez em Bad Boys (após uma perseguição), A Rocha (após Nic Cage sair do carro na perseguição) e Armaggedon (não lembro se Pearl Harbor tem esse plano também). Visto pela quarta vez a cena não emociona, mas faz dar risada de tão artificial.


posted by RENATO DOHO 12:21 AM
. . .
Comments:


. . .