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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quarta-feira, março 17, 2004
2 e 1

Duas comédias caem na categoria "momentos engraçados, mas o todo é fraco": Legalmente Loira 2 e Quero Ficar Com Polly. O primeiro continua sendo um veículo para Reese Witherspoon, o que ela faz bem; parece ter virado uma Drew Barrymore: assumindo projetos que a valorizem na indústria e criando uma imagem, para isso chamando um diretor e um elenco que a ajudem. Seu personagem nesta continuação parece que saiu de outro filme dela, Eleição, que é ótimo, já que toca no tema da política (mas em Eleição o personagem é quase o oposto deste). Engraçado ela personificar alguém que à primeira vista muitos sentiriam antipatia, mas em cada situação vai revertendo essa opinião (o que ela fez no primeiro, por isso a irregularidade do segundo que não precisa mais desse recurso). O carisma de Reese é grande e ela tem talento, mas que poderia estar sendo utilizado em outros tipos de projetos. Já Polly tem cenas particularmente bem engraçadas, de gargalhadas, mas estão envoltas numa narrativa frouxa e com um protagonista que não consegue total sintonia com seu público (há algo em Ben Stiller que o faz ser melhor coadjuvante que protagonista). Já Jennifer Aniston tem um personagem bem carismático, totalmente desencanada de um relacionamento (mesmo que o filme tente superficialmente explicar o por quê) e no fim é o que faz com que continuemos vendo o filme. Um erro do filme é não ter botado cenas de erros no final, era o típico filme que necessitaria disso para deixar o clima mais leve do que um happy ending romântico.

O Quarto Verde de Truffaut é um dos seus mais densos filmes que vi até agora. O tema da morte é central, mesmo que fale mesmo é da lembrança, do não esquecimento. São dois triângulos amorosos (pode-se dizer) onde, quem sabe, os principais envolvidos estão entre os mortos. Várias cenas marcantes e um final arrebatador (e um grande início). Há algumas homenagens no filme que podem não ser captadas, pois algumas são através de fotos e se o espectador não conhece de cara o homenageado... Truffaut transferiu a história que seria do século 19 no livro de Henry James para o século 20 (após a primeira guerra mundial). A escolha do próprio Truffaut atuar não poderia ser mais acertada.


posted by RENATO DOHO 10:50 PM
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