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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quinta-feira, março 04, 2004
El Cid (Idem)

Outro épico de Anthony Mann desta vez focando a história da Espanha. É curioso ver Charlton Heston como o herói e ver nuances de como sua personalidade moldava o personagem ou os personagens que moldaram sua persona para dar no que ele é hoje, presidente da NRA. As atitudes apresentadas têm muito do que ele defende até hoje (só que com mais radicalismo). O personagem em si lembra mais um samurai na sua devoção irrestrita à figura do rei, um súdito exemplar. Essa devoção é que move a narrativa e faz o filme interessante, culminando no grande final que é mórbido e fascinante ao mesmo tempo (o plano final é antológico e bizarro). Sophia Loren (como em A Queda Do Império Romano) está bela. Como um primo meu notou quando via as cenas de batalha do filme não havia um planejamento nessas encenações em filmes antigos, já hoje ao menos tenta-se reproduzir com maior fidelidade ao mostrar uma ordem militar em ataque (não um bando saindo gritando e correndo, mas sucessivas camadas de ataque).

O Medalhão (The Medallion)

Poderia ser ruim, mas não é, poderia ser ótimo, mas fica no bom. Mais uma vez Jackie Chan se junta à um comediante (Lee Evans), coloca uma atriz atraente como interesse romântico (Claire Forlani) e trabalha com efeitos especiais. Os resultados são irregulares principalmente nos efeitos. Chan vira um super herói após ser ressucitado por um garoto especial e aí que o filme começa a decair (mesmo tempo cenas engraçadas geradas pela nova condição dele). O comediante tem boas tiradas no meio de outras bem forçadas. Destaque para a pequena mas marcante participação de Christy Chung. Há muito uso de cabos sendo que uma cena fica parecendo O Tigre E O Dragão e o duelo final Matrix Revolutions... Sammo Hung é o diretor de ação, o que ao menos traz boas seqüências durante o filme. Os outtakes ao final são bons (Claire é daquelas que estragam muitas cenas quando começam a rir). Já está na hora de Jackie parar com essa fórmula e fazer mais coisas reais, sem cabos, efeitos e comediantes à tiracolo.

Tratamento De Choque (Anger Management)

A dupla Adam Sandler e Jack Nicholson funcionou proporcionando um filme bem divertido. Sandler depois de Punch Drunk Love está se contendo na atuação, felizmente. Não temos tanto aquelas vozes irritantes e atitudes retardadas que volta e meia seus personagens faziam (ele ainda faz essas coisas, mas encontra situações adequadas para isso). Melhorou como comediante. Jack é o Jack de sempre, careteiro, mas carismático (e parece estar curtindo muito o filme). Há muitas participações no filme como John Turturro, Luiz Guzmán, Krista Allen, Woody Harrelson, Rudolph Giuliani, John C. Reilly, John McEnroe, Heather Graham, Harry Dean Stanton e outros (muitos devido à amizade com Sandler, pois estão sempre pintado aqui e ali em seus filmes). Marisa Tomei faz o par romântico do filme e convence como a garota simples que dá aulas de poesia. O roteiro é típico de Hollywood: no final faz sentido, mas se analisado mesmo não faz o menor sentido (e nem nos importamos na realidade). Nos extras do dvd dois bastidores (falando do filme e outro focando em Jack), outtakes (a da Heather Graham é hilário) e algumas cenas cortadas. A parceria de Peter Segal (o diretor) com Sandler parece ter dado certo, eles já fizeram 50 First Kisses (com a Drew Barrymore, outra que já atuou com Sandler) e farão o remake de The Longest Yard. Aliás, o aúdio de comentário deles é legendado no dvd.

Submersos (Below)

Ótimo filme de submarino de David Twohy (de Eclipse Total) com roteiro e produção de Darren Aronofsky. Twohy trabalha bem o que já tinha explorado no filme anterior: quase um único ambiente, número limitado de personagens (com uma mulher no meio de homens), a luz (ou falta de), a dinâmica de grupo e o medo do desconhecido ou sobrenatural. Sua decupagem dentro do submarino é primorosa, aproveitando muito bem os ângulos e os movimentos (nos extras do dvd vemos imagens de ensaio que ele gravava com sua câmera digital que praticamente ficaram iguais depois em película). Há um certo toque de O Sexto Sentido na trama (ainda mais ressaltado pela presença de Olivia Williams no elenco). Bruce Greenwood mais uma vez está bem como o comandante e o resto do elenco tem bons atores mais desconhecidos. Diante da tensão, do medo e da adrenalina do filme até esquecemos que um dos temas principais é a responsabilidade (que passa pela maioria dos personagens).

Wonderful Days (Idem)

Primeira animação coreana ainda inédita por aqui. O trabalho feito na parte visual é incrível, seja nas ambientações, cenários e paisagens. O que talvez tenha sido pouco trabalhado é o roteiro que não estabelece muito bem as coisas e deixa o espectador pouco preocupado com mocinhos, vilões e a trama do filme em si, tirando assim a emoção maior que poderia existir (ainda mais no final não necessariamente feliz). A trilha é bonita e realça as cenas (mesmo não tendo um tema mais marcante). A história é no futuro, após um grande desastre mundial e se concentra no tema ecológico (a energia é retirada agora da poluição que cobre boa parte do globo), no meio disso há um amor do passado entre um casal, agora em lados opostos (ela com o sistema e ele com os rebeldes). É um bom filme, mas poderia ser muito mais.


posted by RENATO DOHO 6:40 AM
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