RD - B Side
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sexta-feira, outubro 15, 2004
The Cutting Room Floor

Acabei de ler este livro do Laurent Bouzereau sobre os cortes sofridos em vários filmes. Ele analisa os cortes dos filmes de William Friedkin (O Exorcista, Parceiros Da Noite), Brian De Palma (Vestida Para Matar, Scarface), Paul Verhoeven (Instinto Selvagem), Steven Spielberg (Contatos Imediatos Do Terceiro Grau, 1941), James Cameron (Aliens, O Segredo Do Abismo, O Exterminador Do Futuro 2), Robert Zemeckis (De Volta Para O Futuro, A Morte Lhe Cai Bem), Ridley Scott (Blade Runner, A Lenda), Alfred Hitchcock (Suspeita, Topázio, Quando Fala O Coração) e John Boorman (O Exorcista II). Várias partes são interessantes e outras claramente percebemos que os dvds assumiram a posição de mostrar as cenas cortadas (ao invés de descrevê-las em livro). Coisa que Laurent vem fazendo ao preparar vários filmes para o dvd. Jack Valenti é visto (que surpresa) no livro como à favor de vários filmes e cineastas, argumentando bem contra certos cortes ou classificação etária (talvez o lado "mal" dele estaria voltado só para as cinematografias estrangeiras). As pressões dos grupos gays contra Parceiros Da Noite e Instinto Selvagem foram bem fortes e não sei até que ponto tinham a razão de ser ou não (os protestos geraram interesse e isso resultou em boas bilheterias...). Outros filmes foram cortados pelos testes com público (O Exorcista II é um dos poucos filmes que o livro relata e que não vi que sofreu bastante com os testes - e no final das contas parece que o filme é ruim de qualquer jeito). No final percebemos as eternas concessões que os cineastas têm que ter para lançarem seus filmes. A tal da classificação etária é levada à sério pois significa o destino comercial do filme e se pensarmos bem é algo sem sentido já que certos filmes parecem querer se comunicar com um público adulto, mas a possibilidade dele não ser liberado para menores faz com que o circuito seja reduzido porque vários cinemas não passariam estes filmes (como os de shopping). Uma contradição! É querer um público adulto, mas sem essa classificação para que esse público adulto possa ver o filme em vários lugares (e até os adolescentes para que a bilheteria aumente). Isso, claro, para os realizadores, já que para os empresários quanto mais gente puder ver, melhor. O pior é a montagem para a tv que se mostra faca de dois gumes - se o cineasta não fizer (por questão de integridade) outros farão pior ainda, então a opção é ele mesmo fazer os cortes para ter o controle do seu filme, mesmo que fazendo isso é como se perdesse o controle. Ah, Hollywood! hehehe


posted by RENATO DOHO 1:29 AM
. . .
Comments:


. . .