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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

segunda-feira, outubro 18, 2004
O Joelho De Claire (Le Genou De Claire)
Amor À Tarde (L'Amour, L'Après-Midi)


Eric Rohmer continua à toda nos cinemas nacionais. Mais dois filmes estraram em cartaz (um no Rio e outro em São Paulo). O Joelho é a obra mais famosa de Rohmer e é o filme que mais gostei de sua filmografia até o momento. Todo o filme é espetacular no que consegue mostrar e dizer (ora uma coisa, ora outra, em muitos casos as duas coisas ao mesmo tempo). O jogo entre os adultos que são amigos explora as possibilidades de um homem prestes a se casar, estar de férias num paradisíco lugar e ter duas jovens atraentes lá. A trama lembra muito o jogo sedutivo de Ligações Perigosas, só que com menos perversidade por parte dos integrantes. Todos os relacionamentos mostrados são interessantes, seja com a primeira jovem, a amiga já madura e celibata (no momento) e finalmente, Claire, e seu famoso joelho. As cenas envolvendo o joelho dela são magníficas e a principal é uma das mais belas do cinema por envolver ao mesmo tempo sexualidade, inocência, perversão e muitas outras coisas. Não é preciso nada além do som da chuva acabando, o silêncio entre os dois e contato tão esperado. É um exemplo concreto de quanto o pouco pode ser mais que muito (no caso, o explícito).

Já Amor À Tarde também faz parte dos Contos Morais, aqui envolvendo a fidelidade de um marido diante de tantas mulheres e em especial a ex-namorada de um antigo amigo. Assim como em Claire as pequenas coisas dizem mais que as grandes, no caso, um toque nas costas da mulher. Mesmo assim o diálogo é essencial para o relacionamento fora do casamento, afinal ele fica cada vez mais tentado a partir do momento que consegue se abrir mais com a outra ao invés da esposa (e isso é muito importante para a cena final). Uma curiosidade é ver as três atrizes de Claire fazendo pontas de forma engraçada para quem viu o filme (e com alguma relação de importância, não só meras presenças).

Nas sessões a presença maciça de mulheres parece mostrar que Rohmer é apreciado pelas senhoras cinéfilas hehe Em uma delas eu era um dos raros homens (e jovens) pois os poucos que estavam lá eram de idade e acompanhados de suas esposas.

Golias E O Dragão (La Vendetta Di Ercole)

Primeiro filme que vejo do famoso Vittorio Cottafavi. A versão da Classic Line é a americana, com título, créditos e dublagem em inglês. Houve também mudanças na montagem, na trilha sonora e o acréscimo de um stop motion para o dragão. A dublagem mudou o original Hércules para Golias (não sei exatamente o motivo). Este filme fez parte da seleção que Quentin Tarantino e Joe Dante apresentaram em Veneza este ano na mostra "Os Reis Do Cinema B Italiano". Cottafavi teve mais outro filme selecionado: Os Filhos De El Cid. Golias é um filme enxuto, de pouca duração e onde a resolução da trama fica para os 10 minutos finais e ficamos pensando que não vai dar tempo, mas os filmes antigos eram craques para finalizar filmes. Os monstros são engraçados pela precariedade, mas ao mesmo tempo fascinantes (o dragão do título é uma pérola). Alguns achados são ótimos como o aviso importante que a amada consegue mandar através do vento! O wide do dvd não chega aos 2:35 originais, ficando no 1:85 (ou 16x9), por isso alguns planos bem abertos em movimento apresentam problemas.


posted by RENATO DOHO 1:07 AM
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