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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sexta-feira, dezembro 17, 2004
O Agente Da Estação (The Station Agent)

Pequeno e belo filme dirigido por Thomas McCarthy, ator em sua estréia na direção (e roteiro). Fala de um anão que após a morte do amigo recebe de herança uma pequena cabana perto de um linha de trem onde antigamente o agente da estação ficava. Lá, em outra cidade, vai interagir (em princípio à contragosto) com os habitantes locais, principalmente um vendedor cubano, uma pintora e uma jovem bibliotecária. Belos momentos mostrados em andamento lento e bem humorado. Não há exatamente uma história a seguir, mas sim como se desenvolve a amizade entre essas pessoas. É curioso a forma como o telefone é presente (e importante), e no que isso traz de bom e ruim para as pessoas, além de qualquer forma de identidade e expressão (carta com endereço, pinturas, vídeo, livros, a comida) que faz a conexão entre as pessoas. Pequenas coisas aqui e ali se mostram importantes como o significado do relógio estraçalhado. Peter Dinklage, o anão, tem um desempenho maduro e complexo. Patricia Clarkson é sempre ótima. Bobby Cannavale é o personagem que impulsiona a narrativa, pois não sendo ele este espírito bem humorado e falante não haveria um relacionamento maior entre os personagens (ele é mais conhecido atualmente como o namorado de Will no seriado Will & Grace). Michelle Williams é a jovem que trabalha na biblioteca. O filme recebeu prêmios no festival de Sundance. Nem dá para perceber o final, já que não há um ponto final para a narrativa chegar, o filme apenas acaba, mas sabemos que as coisas continuarão. Vale conhecer e apreciar este filme docemente emocional.

Inocência Marcada (Amy & Isabelle)

Telefilme que integra os filmes que Oprah Winfrey escolhe a partir de livros favoritos do ano (é famoso o poder que ela tem quando recomenda um livro em seu programa, vira best seller instantâneo). A história da perda da inocência, o amadurecimento de uma garota e a relação com a mãe com um passado conturbado é bem conduzida com boas interpretações de uma Elisabeth Shue propositadamente desglamourizada (quase sem maquiagem) e uma adorável Hannah R. Hall que muitos devem lembrar como a pequena Jenny em Forrest Gump ou a caçula de As Virgens Suicidas. A escolha de Hannah é perfeita pois estava na idade ideal que mescla um rosto ainda de criança com uma sensualidade nascente (hoje já tem 18 anos, na época do filme, 15). Engraçado que sendo um telefilme a forma como é retratada a relação da garota com o professor (Martin Donovan) não é automaticamente reprovável e também que posteriores relacionamentos com uma outra família (não falo para não falar demais da trama) sejam por demais liberais para a época, 1971 (aliás nem sei como hoje seriam as reações em certas famílias). Como não sei se o livro é baseado num caso real fica a impressão que a autora que quis esses aspectos mais positivos nas reações das pessoas da época. A história toda mostra um aspecto positivo do gosto de Oprah a ponto dela querer produzir o filme (até o Michael Moore queria Oprah para presidente). Com o talento e a beleza irresistível eis um nome para se guardar: Hannah R. Hall!


posted by RENATO DOHO 1:53 AM
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