RD - B Side
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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sábado, março 19, 2005
Ike – O Dia D (Ike – Countdown To D Day)



Filme feito para o cabo com Tom Selleck fazendo Dwight Eisenhower, líder das forças alidas na preparação e execução do dia D. É bem realizado por Robert Harmon (A Morte Pede Carona) deixando tudo conciso, com boa fotografia (há apenas um plano que acho alogado demais para o efeito, quando mudam os comandantes na explicação do plano) e bons atores, deixando tudo mais crível. Selleck tem uma das melhores atuações de sua carreira, com uma caracterização bem diferente do usual (nada Magnum) e capturando bem o jeito de Eisenhower (como a forma de fumar). Mais do que o dia D o filme fala sobre liderança, seja um comandante (que aliás na época foi o mais poderoso de toda história por ter tantos envolvidos sob seu comando, não sei se superado), um diretor, um presidente ou um empresário. Claro que falando do dia D o filme instiga a querermos saber mais sobre o assunto: o dia D, Eisenhower, a não participação da França, etcs. Por se concentrar nos planejadores e não nos soldados acho que é o diferencial das produções atuais, sempre focando o soldado. Há uma falta dessa visão mais acurada no meio de onde as coisas são decididas (por isso é bem mais comum um filme que fale do povo do que um que fale da elite, a não ser em visões superficiais de gente que não vivenciou o poder). O filme consegue a façanha de falar dos comandantes e ainda assim não perder de vista os soldados, que não viram apenas números, por mais que eles os sejam na planejação de algo grande assim. A participação de Patton é ridicularizada aqui.

Meninos De Deus (The Dangerous Lives Of Altar Boys)

Um filme de amadurecimento juvenil envolto nos desenhos de Todd McFarlane que fala de estudantes de um colégio católico e suas (des)venturas. Os jovens são Kieran Culkin e Emile Hirsch, ambos com talento e carisma. Kieran é um dos Culkin que gosto de ver o trabalho, tem uma carreira muito boa até agora. Emile lembrei que fez recentemente Um Show De Vizinha e depois fui saber que era ele o filho de Laura Linney em Marcas De Um Suicídio, é um jovem que na hora que você vê nas telas você simpatiza e acha que ele é exatamente como o personagem. Minha musa Jena Malone também participa e só dela estar no filme vale qualquer tentativa de conferir seu trabalho. Mais uma vez ela faz uma garota com um passado "diferente" e acho muito legal que ela desde o primeiro filme aceita fazer papéis com um perfil nada agradável em certos aspectos (só lembrando, em seu primeiro filme ela era vítima de abuso sexual pelo padastro e fez a cena do abuso, não era só falado). Ela é maravilhosa, perfeita no papel daquela garota que é a paixão da época de colégio. Jodie Foster como a madre / professora (produziu o filme) e Vincent D'Onofrio como o padre estão bem, mesmo que não tenham muito espaço na trama. A animação que traça paralelos e adianta certas coisas da narrativa pode até ser vista em separado já que tem continuidade. Não sei exatamente se é um final adequado o encontrado, mas não estraga as coisas.

Líquido X (A Date With Darkness)

Telefilme que se encaixaria num Supercine: caso real de um jovem milionário herdeiro de uma conhecida marca que tem o hábito de drogar moças que conhece para abusar delas (as filmando geralmente). Uma vai para a justiça e mais 2 se apresentam após o caso ser noticiado. É um filme correto e interessante, mas não mostra os abusos. O elenco é de atores conhecidos da televisão: Jason Gedrick (Murder One), Marla Sokoloff (O Desafio) e Lisa Edelstein (Ally McBeal, O Desafio). Stefanie von Pfetten é uma bela atriz que faz uma das acusantes (a casada). Curioso do filme é que ele começou a ser realizado enquanto o verdadeiro criminoso, Andrew Luster, estava foragido; o filme terminaria com uma foto do verdadeiro Andrew e pedindo ao público informações do seu paradeiro. Só que ele foi capturado durante as filmagens e todo o final foi refeito. Não ficamos sabendo porque o jovem playboy que poderia ter todas as garotas que quisesse sem precisar drogá-las fazia o que fazia. Neste ponto o filme só narra os fatos, ficando um pouco mais livre em mostrar os traumas na jovem que o denuncia. A droga que ele usa é bem conhecida e realmente é muito utilizada para drogar pessoas em casa noturnas para estupros.

Desaparecidas (The Missing)

Bom filme de Ron Howard com Cate Blanchett, Tommy Lee Jones e Evan Rachel Wood. É um western com suspense e misticismo. A parte mística proporciona a melhor cena do filme, o embate entre magia negra e branca realizado entre os índios com o personagem de Cate no meio, sofrendo. A relação entre pais também é bem desenvolvida, seja do pai de Tommy com a filha Cate ou Cate com a filha Evan (e também brevemente o pai e filho índios que ajudam na operação de resgate). Cate tem uma boa desenvoltura interpretando uma mulher forte do oeste, por isso não achamos que ela não possa fazer as coisas sem a ajuda do pai. Pena que o dvd esteja em full.

O Diabo A Quatro (Duck Soup)

Não sei porque, mas o tão falado melhor filme dos irmãos Marx se mostrou (para mim, bem dito) o mais fraco dos vistos! Mesmo sendo curto e tendo uma evolução mais bem amarrada do que os outros senti um desleixo em certas gags, um cansaço ao acompanhar a história e o pior, uma apatia com o humor (uma ou duas vezes realmente achei algo engraçado) seja visual ou falado. A parte com o vendedor (pipoqueiro? doceiro?) chega a ser triste por ser recorrente (repetem a piada durante o filme quando uma só estaria bom) e sem ritmo algum. Chaplin realizou isso antes e bem melhor. Até Renato Aragão faz isso melhor. Uma decepção.


posted by RENATO DOHO 4:30 PM
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