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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

terça-feira, setembro 27, 2005
Penetras Bons De Bico (Wedding Crashers)

Divertidíssima comédia. Acho que um dos destaques é a direção de David Dobkin, responsável por um dos melhores filmes do Jackie Chan nos EUA. Ele consegue fluir bem por entre o humor mais escrachado e o sentimentalismo mais piegas. Sua parceria com Owen Wilson deve ter sido muito útil e sua direção de atores torna até o então sem graça e chato Vince Vaughn em alguém apreciável. Outras atrações do elenco: Rachel McAdams conquista a platéia com sua graciosidade; Isla Fisher por outro lado nos diverte com seu histerismo; Keir O'Donnell com sua bizarrice proporciona a cena hilariante no quarto com Vince; o uso dos conhecidos atores de seriados Bradley Cooper (Alias) e David Conrad (Miss Match) fazendo personalidades opostas do que eram conhecidos ficou bem encaixado e convincente (Bradley, o típico melhor amigo pra se contar se tornar um playboy fdp é uma mudança brusca e bem vinda); Jane Seymour também vem de seriado, mas sua carreira no cinema também é conhecida, se mostra (como eu sempre achei) uma deliciosa milf, eu fui até levado ao cinema em parte por saber que ela exerceria seu lado sedutor (eu até gostaria de mais), coisa que pouco vi ela fazendo antes. Só Christopher Walken que apesar de boas cenas fica meio subutilizado. Da trama em si nenhuma novidade, é típico de dezenas de comédias românticas com duplas, um mais sério outro mais porra louca que podem mudar no decorrer do filme e tal, incluindo a revelação de alguma farsa que afasta o casal principal vinte minutos antes do final. Ainda bem que ao menos não há uma corridinha final para um casamento ou um aeroporto. E tenta-se consertar isso no final rebelde, onde elas se convertem ao lado adolescente deles. Ah, não esquecer da participação do Will Ferrell que é até engraçada (confirmando a panelinha atual dessa equipe), já que sempre achei ele no cinema bem sem graça em comparação ao que fez no Saturday Night Live (e mesmo lá não era sempre que acertava, ele tende à exagerar no humor do personagem, esticando as coisas, irritando, falta ele ser mais comedido).

Vingança Cega (Mannaja)

Um western spaghetti já em seus anos finais mas que mesmo assim tem várias coisas interessantes. A história do protagonista de vingança (e sabemos os motivos por flashbacks ocasionais geralmente que surgem de repente) é manjada, assim como a canção tema que volta e meia toca (eis uma coisa ruim do filme, a canção é péssima, culpa do cantor, fica parecendo Rammstein tentando fazer country) e uma barreira que será posta diante do mocinho para o final (no caso, ele ficar cego). As qualidades estão na condução da história e nos pequenos detalhes. O dvd está em wide.

A Ilha (The Island)

Até que não é ruim esse filme do Michael Bay (e posso dizer isso apenas de Bad Boys 1) quando está querendo contar a história, pois quando vai pra ação continua péssimo, insistindo em tomadas curtas e tremidas (ele quer deslocar as retinas dos espectadores?), confusas e mal posicionadas. A própria ação é até boa se filmada de outra forma (quando pegam a moto futurista, por exemplo), mas do jeito que ficou... Ele insiste em ter cenas iguais como a da auto estrada com o lançamento de coisas do caminhão (em Bad Boys 2 foram cadáveres e se não me engano carros de um transportador). Um dos aspectos que mais gostei foi da história fingir ser de alta ficção, muito futurista e se mostrar mais real a partir de certo momento. Todo aquele ambiente inicial, caso fosse a realidade total eu pouco me interessaria, aquela coisa de saber regras de um outro universo e tal me cansa e distancia, mas quando vemos que aquilo é uma ilusão de uma realidade mais próxima nossa a estória fica bem instigante, tocando no tema da clonagem para fins de armazenamento de orgãos e dos sentimentos dos clones, nada novo, mas curioso. Scarlett Johansson, nem preciso dizer, está linda e está engraçada como uma inocente, quase criança (uma fala que li por aí ser péssima eu achei boa, ela soltar um "bom trabalho" após uma cena, algo que soa deslocado e inocente, bem acertada). Djimon Hounsou e Steve Buscemi estão bem e é boa a virada de Djimon que era quase que o vilão do filme.

Coach Carter - Treino Para A Vida (Coach Carter)

Típico filme de professor que vai pegar classe rebelde e transformá-la baseada em fatos reais. Então como o filme mesmo assim é ótimo? A direção, o elenco e o roteiro ajudam a escapar da mesmice. Quem acompanha filmes atuais de esportes baseado em eventos reais vem notando uma característica que se repete aqui e não digo para não estragar o final, mas é notável que agora se escolham trajetórias diferentes das escolhidas em outras épocas, com outras qualidades e objetivos. Há vários momentos de emoção que o filme trabalha bem, com Samuel L. Jackson atuando muito bem e garotos relativamente desconhecidos que convencem. A filmagem das cenas de basquete são ótimas, empolgantes. Também a estrutura é diferente, de repente vemos um final no meio do filme (quando conquistam um título) e notamos que falta bastante pra acabar, o que vai acontecer? E no final outra surpresa, bem mais real. No dvd temos de extra o verdadeiro Carter falando de sua trajetória e alguns dos alunos também. Engraçado que ele se mostra até mais simpático que retratado no filme, mas é que não o vimos treinando hehehe Um cara inspirador.

Fábio Fabuloso

Um documentário bem divertido e bem feito sobre um dos grandes surfistas brasileiros. Mistura técnicas mais reconhecidas pelo pessoal global como Jorge Furtado e Guel Arraes (e também José Roberto Torero) de um narrador que vai explicando de forma bem humorada através de montagem rápida certos trechos biográficos ou não da narrativa. Ressaltasse a origem do surfista (da Paraíba), inclusive com narrador de carregado sotaque e desenhos típicos. O personagem não poderia ser mais carismático, Fábio se destaca dos outros surfistas tanto pela técnica como pelo jeito de ser, fugindo do tradicional modelo de como um surfista é, se veste ou age. Fora isso sempre tem as ótimas cenas de surfe, que são hipnotizantes mesmo quem não pratique (pois acho raro alguém que não ache legal só de ver).

Sangue Por Glória (What Price Glory?)

Filme do John Ford que é de guerra, mas com muito humor. A segunda parte é claramente mais séria, quando vamos para o campo de batalha mesmo. Dá pra notar que originalmente era pra ser um musical (boa parte das canções estão na primeira parte). Há um gritante diferença entre James Cagney e Dan Dailey, Dan não consegue acertar o tom do personagem. Até a Charmaine de Corinne Calvet não é bem construída ou melhor dizendo, interpretada. A primeira versão dessa peça é de 1926, com direção do Raoul Walsh. O humor salva o filme de ser um Ford fraco. Ah e o final, muito bom (mesmo que patriótico e militarista).


posted by RENATO DOHO 2:41 PM
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