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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quarta-feira, fevereiro 08, 2006
O Terceiro Olho (The I Inside)

Daqueles filmes que têm tudo pra irritar muita gente com tempos alternados, misteriozinho e tal. Eu gostei, mesmo não tendo nada de mais e com algo até de previsível a partir de certo ponto. Um jovem (Ryan Phillippe) acorda no hospital e se dá conta que perdeu os dois anos recentes de sua mémória, com isso não reconhece a esposa, não sabe quem é uma jovem que vem visitá-lo e fica sabendo da morte do irmão. O que de fato aconteceu? E porque ele às vezes acorda dois anos atrás no mesmo hospital? Brinca tanto com a memória quanto com as possibilidades de mudanças de destino (são inevitáveis?). Sarah Polley participa, o que é sempre legal.

Paixão De Aluguel (The Perfect Man)

Poderia ser um veículo para Hilary Duff, mas alterna bem os coadjuvantes a ponto de não ser exclusivo dela então Heather Locklear, Chris Noth e outros têm a chance de se desenvolverem independentemente. O que achei bem trabalhado é a questão da comunicação moderna no uso do blog, do e-mail e do msn (ou software parecido, não aparece a marca do produto). A possibilidade de se conversar online com outra pessoa podendo com isso inventar outra identidade e saber de coisas pessoais através de algo aparentemente tão frio são alternativas da narrativa que dariam um trabalho a mais caso a história fosse escrita anos atrás. O telefone é usado também, mas de forma mais leve. São essas formas de comunicação que aproximam os personagens e causam até belas cenas como a conversa entre mãe e filha (sem que uma das partes saiba disso) ou a mãe e o amigo da filha. O blog (que seria o diário de antes) poderia até ser melhor trabalhado (ela ser reconhecida pelo blog na vida real diferenciaria do recurso antigo de ser apenas um diário). É um simpático filme que não foca as atenções na problemática da filha, mas sim na vida da mãe, sendo dela o romance principal (e Hilary é a principal e estrela, sendo por isso inesperado que o enfoque seja assim).

Finais Felizes (Happy Endings)

Várias narrativas, meio Robert Altman que de uma forma ou de outra falam da coisa de ser pai. A amizade de um casal lésbico com um casal homo, o baterista gay de uma banda se relacionando com uma cantora que logo depois vai se relacionar com o pai dele e uma mulher se aproximando de um jovem documentarista para saber mais informações do filho que teve com seu meio irmão que ela largou após o nascimento. É uma volta de Don Roos ao que fez em O Oposto Do Sexo depois do fiasco de Mais Que Um Acaso. Destaques para Maggie Gyllenhaal, Bobby Cannavale (o massagista mexicano), Tom Arnold (fazendo um papel diferente do que faz) e Steve Coogan como o meio-irmão gay de Lisa Kudrow. Jesse Bradford no filme parece irmão de Colin Farrell tamanha a semelhança. Fãs de 24 Horas curtirão a presença de Sarah Clarke, sendo o par de Laura Dern no filme. David Sutcliffe vi recentemente em Cake e está bem como o par de Coogan, menos afetado.

Caçadores De Mentes (Mindhunters)

Outro que pode despertar irritações por aí. Acabou que o filme prendeu minha atenção do começo ao fim mesmo tendo uma história pra lá de absurda. Agentes candidatos à profilers (que fazem perfis de serial killers e assassinos) do FBI vão para uma ilha terem o teste final e acabam num jogo de gato e rato. Lembra O Caso Dos Dez Negrinhos da Agatha Christie. Mais do que a pergunta "quem é o assassino" fica a expectativa de "como tal pessoa vai morrer" já que há destaque para os horários que as mortes ocorrerão. Fica a corrida contra o tempo em tentar saber como se dará essa morte e se há possibilidades de evitar isso, fora saber quem é que é o alvo. Apenas a morte de uma das agentes é fraca por ser previsível demais, mas a primeira morte é ótima pois reverte as expectativas, fica a impressão que perdemos o personagem principal logo de cara. Aliás a não escolha de principais possibilitou a chance do roteiro poder matar qualquer um a qualquer momento (apenas um personagem eu achei óbvio que não aconteceria nada, mas isso é de um fator extra filme). Não há o recurso de sadismo nas mortes, o que é bem vindo. Legal a participação de Kathryn Morris que ainda não era famosa pelo personagem do seriado Cold Case e acaba que as duas personagens são parecidas. LL Cool J repete a parceria com Renny Harlin e em certas ocasiões repete até o rumo de seu personagem nos dois filmes. Um bom thriller de quebra cabeças e um filme decente de Harlin em anos.

Sujou... Chegaram Os Bears (Bad New Bears)

Primeira refilmagem do Richard Linklater tem a mesma simpatia de Escola Do Rock sendo com isso não tão pessoal quanto seus outros filmes mas não demasiadamente distante, novamente trabalhando com um grupo de crianças e um adulto "rebelde". Billy Bob Thornton precisa mudar de personagem, mais uma vez é um bêbado galinha (os roteiristas, vejam só, são os mesmos de Papai Noel Às Avessas). A duração é um pouco longa demais pra esse tipo de filme (só o jogo final pega meia hora do filme) e algumas seqüências poderiam ter sido cortadas. O beisebol fica até interessante e as crianças escolhidas são boas e diferentes. Não lembro bem do antigo filme com Walter Matthau pra saber se a refilmagem é melhor ou não, mas acho que antes se tocava em assuntos mais controversos e delicados do que hoje.

Um Salão Do Barulho (Beauty Shop)

Spin off da "série" cinematográfica Barber Shop, a personagem de Queen Latifah apareceu em Barber Shop 2. Aqui ela sai de um salão de elite para montar o seu próprio no gueto. E o sucesso irrita o antigo patrão dela (Kevin Bacon, hilário e afetadíssimo). Algumas clientes brancas chiques aparecem por lá (Andie MacDowell e Mena Suvari). É legal que toda uma cultura negra é passada no filme através de citações de Maya Angelou, retrato de C. J. Walker, o carrinho de comida típica, músicas de Parliament, John Coltrane e Stevie Wonder. Além de brincadeiras com a magrelice das brancas ao contrário do corpão das negras. Alicia Silverstone como a única cabelereira branca do salão está fantástica, sua ingenuidade misturada com a vontade de se enturmar rende ótimos momentos (e uma dança que é inédito para Alicia). Nos extras vemos que o diretor Bille Woodruff é bem alegre, digamos assim, passando essa descontração para o filme. Só queria saber quem é a dona daquela bunda que no filme recebe até close e comentários de todo elenco hehehe Não vi nos créditos "butt lady" ou algo assim hehe


posted by RENATO DOHO 2:06 PM
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