RD - B Side
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sexta-feira, maio 26, 2006
Missão Impossível III (Mission Impossible III)

Tanto tempo que já vi e nem tive vontade de escrever aqui. Decepção? Não, gostei do filme, mas foi bem longe do que esperava. O fato principal que tanto agrada quanto desagrada é que o filme lembra MUITO Alias, seja na estrutura do roteiro, na caracterização de personagens, nas ações destes, nas situações criadas, no ritmo empregado, na trilha sonora, nos cenários, etcs, etcs. Claro que há mais grana e Ethan Hunt não é Sydney Bristow (e olha que acho que prefiro a Sydney). O filme poderia agradar muito mais mesmo assim, seria como ver Alias no cinema, mas não sei onde J.J. foi querer botar aquelas câmeras trepidantes e cortes rápidos, como se fosse um recurso televisivo para os baixos orçamentos. Estraga boa parte das cenas de ação. Outro problema é botar vários coadjuvantes e não dá-los sustância, isso passa dos chefes de Ethan, os seus companheiros (não ficamos sabendo de quase nada do casal jovem) e até do vilão. Quem é explorada tem participação pequena que é a agente novata feita pela Keri Russell, ela até tem um flashback, cria-se uma pessoa ao menos e logo é descartada em poucos minutos quando seria muito melhor se ela tivesse destaque (ficou parecendo o trauma inicial do herói, comum em trocentos filmes de ação). Além de lembrar muito Alias o filme tem um arsenal de referências que incomoda em certo ponto pois além de já ter sido visto antes não há a superação. A ponte = True Lies. O formato do prédio = Quem Sou Eu. E outros exemplos. O vilão de Hoffman tinha pinta de ser muito bom, mas acaba que aparece muito pouco e a fala mais marcante é aquela do trailer mesmo, na parte final todo o medo que provocava é muito diminuído quando se revela pau mandado do vilão secreto mor (fãs de Alias sacaram isso no início), ficando um mero figurante com uma morte banal. Aliás o uso do McGuffin do Pé De Coelho ao invés de ajudar só atrapalhou, ao não explicar e não dar importância também minou qualquer coisa mais forte que poderia surgiu do Hoffman. Abrams não colocou algo a mais que possibilitasse o McGuffin servir ao propósito de não ser importante, ele acabou sendo importante e por isso frustrante por não ter a devida atenção. Se considerarmos o filme como o primeiro em cinema de um diretor iniciante o resultado é positivo, mas no contexto dos outros 2 filmes (o do De Palma é imbatível) e da carreira televisiva do Abrams faltou, e muito.

Entourage



Vi a primeira temporada dessa série da HBO e acabei gostando bastante. A idéia já me atraiu a ponto de baixar essa primeira temporada: ver mais de perto essa tal de "entourage" que todo astro tem ao seu redor, aquelas pessoas que gravitam em torno, sejam assistentes, agentes, amigos, seguranças e outros. Mark Walhberg produz e isso dá ao seriado alguém com conhecimento próprio sobre o assunto. A série acaba lembrando muito a excelente Action, só que bem menos focada no humor ácido. O cotidiano de Hollywood e da indústria do cinema é que dá charme e curiosidade. A escolha de elenco não poderia ser mais adequada. O ator que faz o astro que tem sua "entourage" encarna bem o jovem ator de potencial, galãzinho com cara de sossegado e coitadinho, galinha e bon vivant. Cabem no papel que ele faz vários nomes de Leonardo Di Caprio à Tobey Maguire. O assistente dele é seu melhor amigo e somente por esse fato que trabalha com ele, já que não tem formação e prática nesse ramo; o irmão mais velho, também ator, é feito pelo irmão do Matt Dillon, o que é fantástico porque parece que ele interpreta a si mesmo, não tem a fama do irmão, vive de um passado levemente reconhecido na tv e é bem canastrão; completa o grupo o amigo gordinho, festeiro que serve de animador, motorista e organizador de festas para o astro. Fora o assistente que realmente faz algo os outros dois vivem meio de parasitas do astro, vivendo o dia a dia de festas, golfe, compras e viagens do astro. Moram todos na mesma mansão. O agente do ator tem destaque também, feito otimamente pelo Jeremy Piven.

A primeira temporada acompanha o lançamento do mais novo filme do ator e a procura pelo trabalho seguinte que acaba sendo um filme pessoal, de amigos no Brooklyn, de onde ele vem que será dirigido pelo diretor do momento, ganhador do Sundance e tal, totalmente egomaníaco e "artístico" - como eles dizem, um Caminhos Perigosos dessa geração.

É muito engraçado ver a vida ao mesmo tempo atraente (ainda mais para os jovens) e totalmente fútil desse pessoal, onde o que importa é onde acontecerá a próxima festa do momento ou qual o carro certo para se comprar. Sendo da HBO a nudez, o sexo e as drogas são mais liberadas. Fumar maconha é algo do cotidiano e ajuda até a acertar negócios no mundo do cinema (ainda mais quando há uma onda de seca na cidade e todos da indústria ficam sem seus fornecedores, quem tem pode barganhar contratos). O que menos interessa ali é o filme em si e sim a bilheteria do fim de semana de estréia. Ou as premieres. Ou quem está comendo quem.

O criador é Doug Ellin que já dirigiu alguns filmes como Namoro A Três. Larry Charles, veterano de Seinfeld fez alguns dos roteiros. O produtor, Rob Weiss, já escreveu e dirigiu um filme, Entre Amigos, que foi chamado na época de um Caminhos Perigosos da nova geração.

Referências (ou fofocas) à pessoas reais do cinema e participações especiais de atores conhecidos ajudam a dar credibilidade ao seriado. Então vemos Jessica Alba dando uma festa, um encontro com Larry David na agência, o próprio Mark Walhberg fazendo ponta no piloto, Luke Wilson conversando numa festa, Sarah Silverman sendo sondada nos bastidores de um talk show, exposição de obras do Gary Busey, etcs. Sem interpretar a si mesmo Val Kilmer fez uma participação engraçada e quase irreconhecível. Há uma participação surpresa muito especial no último episódio da temporada que vale ver, só digo que o público masculino vai gostar bastante e é quase surpresa mesmo, nos últimos minutos.

Na segunda temporada houve participações de: Amanda Peet, James Cameron (várias participações), Pauly Shore, Hugh Hefner, Danny Masterson, Ralph Macchio, Jaime Pressly, Bai Ling, Brooke Shields, Mandy Moore e até U2!

Bem que poderia sair em dvd por aqui. Passa na HBO, pra quem tem.

Lá fora o seriado está para começar em Junho a sua terceira temporada.


posted by RENATO DOHO 12:05 AM
. . .
Comments:


. . .