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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sábado, janeiro 27, 2007
A Prova (Proof)



Peça de David Auburn adaptada para as telas pelo autor e Rebecca Miller (filha do Arthur). Sabia da peça na época em que Mary Louise Parker ganhou alguns prêmios fazendo o papel principal nos palcos. Gwyneth Paltrow assume o lugar no cinema, mas também tinha feito a peça nos palcos antes. Gostei de sua interpretação por conseguir passar o estado depressivo necessário e não soar fora da realidade ela ter o dom do pai (Anthony Hopkins) para a matemática. Se ela não conseguisse convencer que é uma geek, retraída, nada glamourosa (ela usou pouca maquiagem, as roupas bem largadas e até cabelo dá a impressão de não cuidado) à beira de um colapso quase todo o filme afundaria. Particularmente acho que é uma de suas melhores performances. Mesmo sendo uma peça o texto não dá essa impressão e nem a estrutura do filme se assemelha ao teatro (flashbacks, várias passagens visuais). O diretor John Madden, de quem eu não sou lá muito fã, até encontra boas soluções por imagens como a saída de Gwyneth do aeroporto com bom uso da montagem e do som. As presenças de Hopkins, Jake Gyllenhaal e Hope Davis (que até parece irmã de Gwyneth mesmo) ajudam. O curioso é que o filme parece até curto, dá vontade de acompanhar mais do viria a seguir, o filme até parece ter noção disso no plano final que vai deixando os personagens aos poucos, sem querer finalizar subitamente. Quanto à trama não só matemáticos vão gostar (o personagem de Hopkins é levemente influenciado pela vida de John Nash, que virou Uma Mente Brilhante) pois fala da relação pai e filha, principalmente sobre o que a filha pode ter carregado do pai, sua genialidade e loucura. Há um pouco de especificidade no fato de que possa haver maior identificação em casos onde o pai ou os pais tenham sido célebres em alguma área. Em como essa notoriedade pode dificultar o desabrochar próprio da filha (ou filho) caso trilhe pelos meus caminhos e nisso a Rebecca Miller deve ter contribuído bastante. Por fim os matemáticos que virem o filme após os 23 anos podem ficar meio depressivos, o pico de criatividade da área é nessa idade, depois é só decadência; caso não tenham revolucionado o campo da matemática que estudam até essa idade... hehehe sei que em física é por aí também hehe


posted by RENATO DOHO 1:26 AM
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