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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

segunda-feira, fevereiro 19, 2007
O Pequenino (Little Man)

Mais um filme do irmãos Wayans onde Marlon faz um anão que se passa por bebê a fim de recuperar um diamante roubado. Nada de muito novo, mas o lance principal é o efeito conseguido de botar Marlon realmente parecendo um anão. Os efeitos são bem convicentes e quem não conhece o ator fica na dúvida se não está diante de um ator anão. O problema é que eles quiseram deixar a censura bem leve e com isso não há muitas cenas que se possa imaginar com um tema desses, principalmente envolvendo mulheres. Os Wayans não são conhecidos por sutilezas então é estranho vê-los mais bem comportados e assim com menos graça. A atuação de Marlon é ótima e ao ver o making of é mais elogiável ainda pelo trabalho árduo que realizou, atuando sozinho. Curioso é conhecermos a criança que faz o corpo de Marlon no filme e como ele fopi bem mais que um corpo para o filme. O filme até tem um lance sentimental na relação pai e filho (mas eu sempre acho o Shawn Wayans esquisito fazendo um hetero pois ficou marcado como o ambíguo jogador de futebol em Todo Mundo Em Pânico e uma branquela em As Branquelas).

Jesus Camp

Documentário que está concorrendo ao Oscar na categoria. Um retrato sobre os evangélicos americanos e especificamente as crianças. Acompanhamos um acampamento onde as crianças vão nas férias para serem doutrinadas em diversos assuntos, incluindo alguns tópicos nada adequados como política e aborto. Apesar de parecer chocante não é muito diferente de acampamentos, reuniões ou retiros envolvendo crianças que acontecem em várias religiões por aí. É surpreendente ver crianças em transe durante as missas, chorando, recebendo o espírito santo ou em delírios espirituais mas as coisas mais perigosas são ditas pelos adultos. O que difere de outras religiões, ao menos no documentário, é ressaltar como os evangélicos estão cada vez mais influentes na política, misturando as coisas (aqui também ocorre esse fenômeno), fazendo das crianças futuras massas de manobra política, elegendo políticos do interesse para o congresso e a suprema corte. A defesa do criacionismo, a rejeição da ciência, a posição pró-vida, o combate à homossexualidade, são alguns dos pontos abordados. Há alguns dados mostrados como que 75% das crianças que estudam em casa são evangélicas (e acho que os 25% restantes são as crianças do showbusiness hehe) e ao vermos um breve instante das aulas que uma mãe dá aos filhos temos uma pequena noção de como elas estão se formando. Mesmo usando alguns recursos desnecessários (música para ressaltar algo "chocante") o filme não tem (como se esperaria) um aspecto de denúncia exagerada, cria-se simpatia pelas crianças e até pela ministra responsável pelos acampamentos (menos pelo que fala das crianças muçulmanas como se fossem algo a se admirar pela fé que professam, mas mais pela sua real devoção ao trabalho com as crianças). Se há um sentimento de desprezo pelo se mostra isso vai mais de cada espectador pois algumas das crianças mostradas são vistas como carismáticas, desenvoltas, com ótima oratória, e felizes. Um dos raros vistos de forma negativa é Ted Haggard, famoso pastor que constantemente se encontra com o presidente Bush. O filme não mostra mas ano passado se meteu num escândalo de drogas e sexo gay que o prejudicou bastante como um dos grandes líderes evangélicos dos EUA e é justamente de homossexualidade que fala numa de suas missas mostradas no filme. O documentário usa Mike Papantonio como contraponto ao que se mostra, ele é um radialista cristão liberal, não fosse por ele o filme poderia se passar quase como isento de opinião já que os próprios evangélicos que viram o filme acharam que é um bom veículo de divulgação de sua fé, não se sentiram criticados ou vistos negativamente. Em entrevistas os diretores revelaram que Papantonio foi adicionado ao filme mais tarde pois acharam que não havia um outro ponto de vista na narrativa.


posted by RENATO DOHO 1:19 PM
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