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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quinta-feira, setembro 13, 2007
Golden Boy



Excelente OVA em 6 episódios baseado no mangá de mesmo nome, criação de Tatsuya Egawa. Oe Kintaro é um jovem de 25 anos que larga o curso de direito da Toudai (Universidade de Tóquio) bem perto de se formar, mesmo tendo completado todo o currículo. Ele parte com sua bicicleta, Crescent Moon, pelo Japão, indo de cidade em cidade e de empregos temporários em empregos temporários com o obejtivo de aprender mais sobre a vida e ser livre. Seus lemas que sempre são repetidos são "sou um homem livre", "aprendendo e vivendo" e "aprender, aprender, aprender". Tudo o que enfrenta, por pior que seja, é motivo dele achar que é algo educativo. Tem sempre à mão seu caderno de anotações, onde vai colocando suas observações, seu aprendizado e os desenhos, principalmente das mulheres que encontra. O personagem representa até certo ponto essa nova onda da juventude nipônica de rebelião diante de uma vida aprisionada pelos estudos e o trabalho nas empresas. Mais e mais é comum os jovens largarem tudo e viverem de bicos, sem residência fixa, de lan houses em lan houses (onde fica mais barato varar a noite lá e dormir do que num hotel ou pensão). O que diferencia Kintaro é que ele completou o curso, mesmo que formalmente não tenha concluído e pêgo o diploma. E que o gosto pelo aprendizado permanece. Em cada episódio ele vai lidar com uma situação que envolve alguma mulher por quem ele fica vidrado e são hilárias as situações em que exacerba essa tara. Um de seus fetiches é
adorar as privadas que as mulheres, por quem ele fica tarado, usam. As insinuações eróticas são muitas, o que já não faz com que seja um animê direcionado para crianças. Entre os momentos brilhantes e realmente antológicos estão as duas competições que ele participa: a natação e a corrida de velocidade. O exagero é tão bem realizado que além de gargalharmos ficamos admirados por essa liberdade que a animação pode dar para a imaginação. Só que além de momentos cômicos de primeira há emoção também.

Cada episódio recebe o título de lição, então são 6 lições que vamos acompanhar. A personalidade de Kintaro é bem mais complexa do que um tarado, quase pervertido, cômico. Geralmente só ao final as pessoas que conviveram com ele percebem como ele é sábio e humilde. Sua personalidade é fascinante no que tem de motivação, de integridade e de um código de conduta que muitas vezes o público pode não entender de imediato. Ora crianção, ora tarado, ora gênio, ora responsável, ora maduro, ora desajeitado, ele é uma mistura que se exprime muito bem na forma como ele é desenhado (as mais diversas caras, algumas vezes até galã). Isso tudo enaltecido por uma dublagem excelente de Mitsuo Iwata sem a qual a série não teria o mesmo poder e graça. De uma calma reflexão para o momento mais entusiasmado possível o dublador dá vida ao personagem como poucos conseguem fazer. Claro que auxiliado pela animação que não tem medo de extrapolar e de uma situação cotidiana transformar simples falas em ações heróicas como num animê de fantasia ou ação. Outra coisa muito legal é o narrador que geralmente vem com o mesmo texto que explica a série aparecendo ao final, dando um ar mítico ao personagem, ainda mais quando fala que, quem sabe, Kintaro salvará o Japão e o mundo. As mulheres criadas também são um destaque, gostosíssimas, misteriosas, safadas, inocentes, cativantes, briguentas, um leque variado de realidade e fantasia.

O episódio final é brilhante ao completar o círculo fazendo uso da metalinguagem quando Kintaro vai trabalhar num estúdio de animação e o próprio autor aparece em cena (dublado pelo mesmo). E ainda por cima todos os principais personagens dos episódios anteriores voltam. O único porém que lamentei foi não ter visto Kintaro finalmente ficando com uma mulher, mesmo que dê a entender que é o seu futuro amor. Fica-se na vontade de mais episódios. E rever os episódios é ainda melhor que da primeira vez.

posted by RENATO DOHO 5:33 PM
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