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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sexta-feira, fevereiro 15, 2008
Medo Da Verdade (Gone Baby Gone)



Ótima estréia de Ben Affleck na direção com seu irmão Casey ótimo como sempre. Há um bom trabalho com o elenco, Amy Ryan sendo o maior destaque, mas que quase todo mundo está bem no papel que lhe cabe: Michelle Monaghan, Morgan Freeman, Ed Harris e Titus Welliver. A história é até simples e num instante estamos diante de um possível desfecho, mas aí que realmente a trama vai se revelar. As poucas cenas de ação são secas e com impacto. Na parte final que há a real dimensão do filme e um dilema moral é tratado da melhor forma possível, desconfortável para o público, e aí que Casey se mostra a escolha perfeita, o peso que cai em cima de seu personagem é tamanho que não fosse sua imagem de integridade nada se firmaria. Provavelmente boa parte do público não o entende e não concorda com suas ações, assim como muitos ao redor do personagem, e não fosse esse sentimento que ele passa como ator aquele final nada satisfatório desagradaria muito mais (se bem que muita gente se sentiu assim). Eu, ao contrário, vi ali um grande herói, mas quase um anti-herói porque o caminho dos justos é estreito e solitário (e nem se sabe se é o melhor). Nisso o
cartaz do filme é ainda mais simbólico. Mas é o final que provoca a discussão e o questionamento, do protagonista, dos personagens e de nossas próprias opiniões.

Colapso No Ártico (The Last Winter)

Talvez o primeiro filme de Larry Fessenden (No Telling, Habit, Wendigo) que sai em dvd por aqui e o seu mais recente. A trama lembra outros filmes (grupo em estação polar que começa a enlouquecer), mas se sustenta sem as comparações, não traz muitas explicações e o elenco (Ron Perlman, James LeGros, Connie Britton, Kevin Corrigan) ajuda. E ainda há um belo e sombrio final.

Earth

A versão em longa metragem para a série Planet Earth impressiona pelas imagens estonteantes, a boa narração de Patrick Stewart (é como se a Enterprise estivesse estudando a Terra e o capitão Picard relatasse tudo) e uma trilha aliada à montagem que faz até que muitas cenas pareçam parte de um filme de ação. Além de tudo, discretamente, faz um alerta aos seres humanos.

Caçada Ao Assassino BTK (The Hunt For The BTK Killer)

Como filme é um correto telefilme, mas o caso é ótimo, o personagem fascinante e Gregg Henry tem a melhor performance de sua carreira, ele está soberbo e muito bem caracterizado. Quem gosta de filmes de serial killers pelos casos em si e não pelas matanças ou atrás de alguma emoção barata, vai gostar mais do que a média. A estrutura de mostrar apenas os crimes no passado, com outro ator mais jovem, faz com que o personagem, já velho, adquira uma grande simpatia com o público; não conseguimos associar o que ele fez com a pessoa que vemos ser pêga e acusada e isso faz com que fique ainda mais realista o fato dele, se quisesse, não fôsse descoberto. Stephen T. Kay é o diretor.

A Ponte (The Bridge)

Documentário sobre a Golden Gate e as pessoas que se jogaram de lá através dos depoimentos dos amigos e familiares que ficaram. Além disso há registros de tentativas e pulos capturados pela câmera ao longo de um período. Não vi o tanto de polêmica que causou, por ser anti-ético ou sensacionalista, não há nem a tentativa de ser uma reportagem sobre isso, com tentativas de se entrevistar especialistas ou funcionários da ponte (ou autoridades). Há mais um delicado estudo sobre o suicídio, sem respostas definitivas, e uma tentativa de tentar compreender ações e personalidades (o filme até funciona melhor como terapia para os que ficaram lidar com o fato). Dois casos se destacam, o depoimento de um jovem que pulou e sobreviveu e o personagem principal que acompanhamos durante toda a narrativa, justamente onde mais se questionou a ação dos realizadores. Eu, que nunca gostei daquelas cenas reais onde se registra o suicídio de alguém pela tv, em nenhum momento achei que as cenas de tentativas e pulos estivessem no mesmo tom, intuito ou exploração.

Across The Universe (Idem)

Apesar das canções e alguns bons momentos, o filme num todo não se sustenta. Se visto fragmentado, por partes, é bem melhor que juntado. Falta algo tanto na história quanto nos personagens.

Dedication

Estréia do ator Justin Theroux na direção juntando Billy Crudup com Mandy Moore, numa relação estranha entre um escritor de livros infantis e uma desenhista. Algumas modernices de montagem e encenação prejudicam, mas no geral é uma comêdia romântica, um pouco mais dramática, que conta até com corridinha final.

Pucked

Comédia da National Lampoon com o Jon Bon Jovi fazendo um sonhador que não dá certo em nada até que tem a idéia de criar uma liga feminina de hóquei no gelo, tudo por causa do sistema de cartões de crédito. A parte do filme que discute esse sistema financeiro traiçoeiro é até interessante, mas fica meio deslocado no filme. De resto alguns micões do Jon em cena, um Arthur Hiller totalmente fora de forma e David Faustino (é, o Bud Bundy) tentando salvar o que resta.

posted by RENATO DOHO 10:24 PM
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