RD - B Side
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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

segunda-feira, março 24, 2008
Dexter - Segunda Temporada (Dexter - 2nd Season)

Quando vazaram os dois primeiros episódios da nova temporada logo os vi e achei que tinham, ao menos, mantido uma dose da qualidade do que foi feito anteriormente. Mas a temporada passou, acabou e eu só fui baixando os episódios, não os vi até mais recentemente, em duas mini maratonas. Acho que não estava ansioso pra ver o que tramariam para essa temporada já que estava bem satisfeito com todo o arco da primeira. Agora posso dizer que a temporada foi boa, mas bem inferior à anterior. A trama geral é boa, a investigação de todos as mortes cometidas pelo Bay Harbor Butcher, mas as subtramas que derraparam. A principal falha foi o personagem do novo interesse romântico de Dexter, que ele conhece em reuniões de viciados anônimos (que é parte de outra subtrama meio fraca). Se no início ela se mostra interessante, com o desenrolar da história ela vira outra pessoa, quase que saída diretamente de Melrose. Explico, o antigo seriado, spin off de Barrados No Baile, usou e abusou de personagens parecidos, personagens (geralmente mulheres) que beiravam o psicótico e armavam tramas rocambolescas. Eram tão freqüentes que você esperava a qualquer momento que qualquer personagem se mostraria o contrário do que se apresentava e éramos “surpreendidos” pela revelação ou cúmplices (quando só os espectadores ficavam sabendo das reais intenções do personagem). Isso ficou evidente em Dexter com o lance do incêndio provocado, uma atitude bem “Melrose” (um personagem uma vez explodiu o condomínio onde o elenco morava), ainda mais quando apenas nós vemos a cara dela mudando de coitadinha pra maléfica. A partir disso esse personagem foi ladeira abaixo, desvirtuando qualquer construção séria de personalidade e virando uma mera vilã de terceira categoria. Doakes, que parecia ser o grande vilão da vez, despertou até simpatia perto de seu final (previsível). Se a grande pergunta era como as coisas iriam se resolver da melhor forma possível, a salvação de Doakes era extremamente improvável e a junção dele com a vilã no final é bem forçada. O personagem que ao menos teve um lado mais interessante foi a da irmã do protagonista. Sua recuperação é gradual, seus problemas não se trivializam (muito) e vai ficando cada vez mais atraente. Outro problema, quase impossível de evitar (na primeira temporada isso ocorria também), é a vilanização constante de toda e qualquer pessoa que apareça; não são mais pessoas, mas peças que devem ser derrotadas, senão vejamos: Doakes, Lila, a mãe de Rita, o namorado da academia, Lundy, o assassino da mãe de Dexter, e até de leve o técnico oriental, talvez haja mais. E isso faz lembrar de outra coisa: que a série deveria acabar como está; se o final da primeira fechava bem melhor o da segunda não chega a ser ruim só que viraria um pastiche vermos outra temporada em que Dexter teria que se virar para não ser descoberto ou então um super serial killer como um páreo à altura; quem iria xeretar as coisas dessa vez? LaGuerta, que não se convenceu que Doakes era o BHB? A irmã vai descobrir algo chocante e passará a antagonizar o irmão? Vamos lembrar que Dexter atuou tranquilamente durante anos, as coisas só abalaram por um motivo bem forte, o Ice Truck Killer era seu irmão. Logo a seguir de novo ele enfrenta uma situação delicada? Tudo bem, vá lá. Mas numa terceira temporada de novo?! E numa quarta?! Foi só fazerem um seriado pra ele que a vida do Dexter passou do tranqüilo pro risco de vida de temporada em temporada! Malditos roteiristas, fizeram o mesmo com Jack Bauer, de repente ele passou a salvar o mundo com uma boa regularidade ;) E se seguirem o terceiro livro da série – a segunda temporada não é fiel ao segundo livro, o que ao menos nos salvou de algumas idéias horríveis do livro – aí que a série desmorona mesmo, a trama é ridícula.


posted by RENATO DOHO 2:51 PM
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