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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sexta-feira, fevereiro 06, 2009
John Adams (Idem)

Quando vi a minissérie no final do ano passado queria discorrer longamente sobre os diversos temas que ela trata e de como é excepcional, mas agora o tempo passou e com todos os prêmios que levou já chamou a atenção que lhe era devida. Para quem gosta de história e política, ainda mais história e política americanas é maravilhoso. Fora isso é uma saga pessoal e familiar - a trajetória individual, a família e suas ramificações, os amigos e inimigos, o país e o mundo. É um período pouco mostrado da história americana onde várias coisas aconteceram que repercutem até hoje (independência, constituição, revolução francesa, Casa Branca, prenúncios da guerra civil, etcs). E personagens históricos fascinam quando surgem, como Thomas Jefferson, George Washington e Benjamin Franklin.

Um dos grandes papéis de Paul Giamatti e contando com um excelente auxílio de Laura Linney. Toda a minissérie tendo um só diretor (Tom Hooper) e só um roteirista (Kirk Ellis - somente um episódio ele dividiu créditos com uma roteirista) ajudam a dar uma assinatura bem característica, mesmo que a narrativa se divida muito bem em fases (a francesa é a que mais se diferencia do resto).

As Quatro Estações Do Ano (Four Seasons)

Faz tempo que Alan Alda não dirige ou escreve mais, esse é de 81 e é um belo filme sobre a amizade e como ela se transforma com o tempo (usando as estações do ano para ilustrar isso). Três casais de amigos que sempre se reúnem têm que lidar com o fato de um dos casais se separar e acabarem ficando mais próximos apenas de um dos cônjuges. De forma nada pomposa discute-se relacionamentos, o casamento, pais e filhos, a amizade e o tempo.

Noites De Tormenta (Nights In Rodanthe)

Previsível, mas com bons momentos (e locação que se destaca), além de ter sua emoção. Alguns planos estranhos que o diretor realiza mais no início em que fica tentando entrar na imagem. A trilha é o diferencial, utilizando blues, jazz e country.

Foi Apenas Um Sonho (Revolutionary Road)

Sam Mendes sempre coloca em seus filmes um verniz que parece distanciar o que está na tela da realidade, aqui ele faz isso menos, mas de vez em quando volta essa mania de enfeitar. Fora isso a história é por demais previsível: indivíduos que querem sair de uma situação incômoda traçam um plano e pouco a pouco acontecimentos destroem essa saída fazendo com eles ou se conformem ou se rebelem em atos desesperados (no caso ele faz uma escolha e ela a outra). Aí os clichês vão se sucedendo, para prejuízo do filme (como a gravidez, a traição dele e dela, a promoção), sem tocar em qualquer tipo de contraponto artístico ou existencial que algum deles possa se expressar (já que no início, ao menos, ela tentava ser atriz), fazendo deles mais bonequinhos da narrativa ao invés de seres humanos (como se a história ou quem a narra os visse de cima, como pobres coitados, ocos). Alguns momentos lembram o melhor Pecados Íntimos, inclusive com Kate Winslet novamente fazendo uma mulher reprimida de subúrbio. Caso o final fosse mais parecido com a cena do café da manhã (eu já imaginava um mergulho completo no vazio, com o casal demonstrando para vizinhos e amigos uma típica imagem de família feliz, dando sorrisos e tchauzinhos ao pé da porta da casa) seria ao menos um pouco melhor.

Linha De Passe

Salva-se o personagem do filho evangélico no meio de tantos caminhos mal traçados e mal realizados, fazendo paralelismos desnecessários. E o personagem da mãe, que parecia ter um peso ou importância é bem menos do que se espera, incluindo aí a premiada interpretação.

Falsa Loura

Dentre os mais recentes filmes do Reichenbach esse foi o que menos me agradou. Além disso a protagonista tem pouco tempo para dar conta da imagem criada para ela: começa como antipática, metida, esperta, trabalhadora, se revela amorosa, depois ingênua, humilde, logo após ambiciosa, relapsa, depois puta e acaba como usada. Para a vivência que supostamente ela tem ela cai em muita roubada, aí parecendo ser mais coisa de roteiro do que de personagem. Enquanto que a personagem de Djin Sganzerla parece ser bem mais interessante, mas é deixada de lado. O personagem do pai também é mal construído.


posted by RENATO DOHO 5:20 PM
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